Mas em português "fatal" virou sinônimo de "mortal", o que simploriamente constata o fato de que a morte é o fado de todos nós. Constatação com a qual estamos todos de acordo, com exceção talvez de uma moça bonita que uma vez me disse que os “homens morriam mais do que as mulheres”.
Chamar de “fatal” somente o que está relacionado à morte tira as muitas possibilidades da palavra e restringe o alcance de nosso pensar. Mas algumas correlatas resistem, como “fatalismo”, que ainda mantém a amplitude de “destino”. E veja que em italiano "fatídico" é algo “inelutável”, mas não necessariamente “mortal”.
Penso que esta limitação é reveladora de certo derrotismo português que herdamos, e que é tão importante para a alma lusa que define até a sua música nacional.