Onde realmente termina uma e começa a outra? Excesso de lucidez impede a transformação da realidade? Se formos realmente “realistas”, teremos forças para mudar nossa vida? Será mesmo que “where there is a will, there is a way”? Onde a determinação começa a se tornar teimosia? Como fica o enfrentamento das condições objetivas, já que não escolhemos a cor da nossa pele, nem como fomos educados na infância?
Por outro lado, temos a “profecia auto-realizável”. Algumas pessoas, por exemplo, têm o dom de se fingirem com mais qualidades ou importância do que realmente têm; e com tempo e malícia convencem os outros e são tratadas de acordo. Vítimas de estelionatários e sociopatas sabem o que digo...
Mas e as pessoas normais: podemos também transformar nossos objetivos em profecias auto-realizáveis? Ou devemos ser fatalistas e dizer “o mundo é assim mesmo”? Vale continuar pensando que “um outro mundo é possível, vamos construí-lo”? E se a realidade se recusa a ser transformada, o sonhador está errado em perseverar? Até quando? Onde é o momento de inflexão, de jogar a toalha? E a paixão, esta grande fantasia afetiva, na qual vemos o ser amado sem defeitos ou atenuados? Devemos ser lúcidos e lógicos e com isso perder a capacidade de nos apaixonar? E qual a graça da vida sem paixão? Qual a graça da vida se não formos em busca de nossos sonhos?
Afinal, será que estou fazendo as perguntas certas?